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Bruno Rios reportagem |
Empresários baianos procurados pelo PortoGente nas últimas semanas estão fazendo questão de endossar as críticas feitas pelo diretor-executivo da Associação dos Usuários dos Terminais Portuários de Salvador (Usuport), Paulo Villa, que não entende as várias mudanças no comando da Companhia Docas da Bahia (Codeba) e a falta de solução para os problemas dos portos baianos, como infra-estrutura defasada e o pouco incentivo para a utilização dos terminais portuários de Salvador, Aratu e Ilhéus.
"Até mesmo nossas frutas acabam parando em outros portos do Nordeste. E, no meu setor, isso é ruim demais, pois as cargas baianas exportadas por outros portos não são transportadas por mim ou por alguém da Bahia, mas por grupos de Pecém, Suape, Fortaleza, que lucram com a nossa ineficiência. Falta uma visão ampla das autoridades para planejar melhor isso e resgatar nossa economia por completo". Amorim confessa que já pensou em diversas soluções e conversas com políticos para viabilizar a expansão do Porto de Salvador, na capital baiana. No entanto, como nada foi para frente, ele formou um consórcio com outras pessoas e apresentou um projeto próprio de expansão portuária, entregue às mãos da Codeba. O resultado: nenhuma ação prática foi tomada. "Sofremos com um problema sério. Na sexta, sábado e domingo ficamos sem caminhões para atender tantos pedidos de cargas que entram e saem dos portos. Já no resto da semana, reina o marasmo. Nada se planeja, somos obrigados a nos adaptar à sazonalidade. Agora colocaram um gestor técnico na Codeba [o entrevistado refere-se ao presidente da estatal, Marco Antônio Medeiros], mas até quando isso irá durar? O troca-troca é constante, sendo que porto tem que ser algo estratégico e todos aqui falham nisso". Quem endossa as reclamações do empresário Creso Amorim é o presidente de honra da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo, outro que se diz refém da falta de investimento em infra-estrutura nos portos da Bahia. Ele destaca que os acessos ao Porto de Salvador ainda não estão finalizados e, por isso, caminhões pesados são obrigados a trafegar por ruas estreitas e residenciais, levando perigo aos moradores e às mercadorias. "Na Assocafé, vejo vários colegas reclamando também da BR 324, que não dá conta dos grãos transportados do interior da Bahia para os portos. É tanto caminhão que a pista, atualmente duplicada, precisaria ser triplicada para dar vazão. O transportador perde ao não ter como agilizar a entrega da mercadoria e o cafeicultor leva prejuízo ao competir com gente de outros Estados, onde a coisa flui mais naturalmente".
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quarta-feira, novembro 19, 2008
Empresários estão descontentes com portos da Bahia
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